D. João Lavrador elogia coragem, inteligência, fé e amor da nova Comissão Diocesana Justiça e Paz, em prol da dignidade humana e do bem comum

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José Luís Ponte, Ana Lima, António Fernandes, Maria Bastos, Sónia Rodrigues e Mons. José Fernando Caldas são os novos seis elementos que compõem a Comissão Justiça e Paz da Diocese de Viana do Castelo, que tomou posse no auditório do Museu de Artes Decorativas. A cerimónia foi presidida pelo Bispo diocesano, D. João Lavrador, e contou com a presença do Vigário Geral, Mons. Sebastião Ferreira, e da vereadora da Câmara Municipal, Carlota Borges.

Comissão Justiça e Paz 2022Na sua intervenção, D. João Lavrador recordou algumas passagens da Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” centradas na temática económico-social. “Os cristãos que desempenham parte activa no actual desenvolvimento económico-social e lutam pela justiça e pela caridade, estejam convencidos de que podem contribuir muito para o bem da humanidade e paz do mundo”, citou, enaltecendo a importância da atividade política e da participação dos cristãos neste domínio. “A par com a doutrina conciliar, temos presente a doutrina social da Igreja que se foi enriquecendo e manifestando nos últimos dois séculos e que oferece princípios seguros de humanismo a partir do Evangelho e da Tradição viva da Igreja e com a qual a Igreja quer iluminar as atividades temporais dos homens e mulheres de cada tempo”, referiu, lembrando que, hoje, vive-se numa “nova época da história da humanidade”. “Entre outras, eis uma enorme lacuna no seio das comunidades cristãs no que respeita à Doutrina Social da Igreja”, apontou, defendendo: “Exige-se um redobrado esforço no seu conhecimento e na sua aplicação.”

O prelado desejou ainda “bom trabalho” à Comissão. “Agora, ireis iniciar o vosso trabalho; é vasto o horizonte, são profundas as raízes dos problemas a necessitar de investigação e solução, é grande a expectativa de uma sociedade mergulhada em medo e aflição, são gritantes as desigualdades e as situações de marginalidade, mas são fortes a vossa coragem, a vossa inteligência, a vossa fé e o vosso amor em benefício da dignidade humana e do bem comum”, disse.

“Acreditamos que a justiça e a paz são o centro”

Após a leitura, assinatura do ato e juramento, José Luís Ponte tomou a palavra e contou que ficou “espantado” com o convite do Bispo, mas aceitou-o.

A sua equipa é constituída por mais quatro leigos e o Assistente Mons. José Fernando Caldas. “Não nos propomos como centro ou geradores de perfeição, mas acreditamos que a justiça e a paz são o centro. O ponto nevrálgico das duas relações entre os homens de boa vontade”, afirmou, apontando como propósitos a leitura da Carta Encíclica “Fratelli Tutti” do Papa Francisco, a partilha de conhecimentos e experiências com a Comissão Nacional Justiça e Paz e outras comissões diocesanas, a escuta dos desafios da Diocese de Viana do Castelo para “delinear uma estratégia” e “construir trilhos de ação”, e a publicação e publicitação da página da Comissão.

O presidente adiantou ainda que, em 2023, a Comissão vai promover as primeiras jornadas, sob o mote “Quem é o meu próximo?”. “Não nos iludamos com a facilidade da resposta”, começou por dizer, acrescentando: “Se por um lado, cada um se pergunte quem é o meu próximo, urge na resposta que definamos o que entendemos o que é ser misericordioso.”

Compete à Comissão Diocesana Justiça e Paz promover “o estudo e a divulgação da Doutrina Social da Igreja”, “promover colóquios, jornadas ou seminários sobre a Doutrina Social da Igreja e a sua iluminação nos diversos contextos culturais e sociais”, “estudar os diversos problemas sociais e culturais e divulgar junto da opinião pública esse estudo”, “analisar com critério evangélico as correntes de pensamento que interferem na sociedade e propor um diálogo sereno e objetivo em benefício da dignidade humana e do bem comum”, e “oferecer aos diversos organismos que atuam no domínio da marginalidade, da pobreza e da exclusão, os princípios orientadores da Doutrina Social da Igreja”.

O mandato da equipa da Comissão Diocesana Justiça e Paz tem três anos de duração.