D. João Lavrador foi palestrante da 6ª sessão do MCC

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Realizou-se no passado dia 13 de fevereiro a 6ª Sessão de Escola do MCC – Movimento dos Cursilhos de Cristandade, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Viana do Castelo, que teve como palestrante o Bispo diocesano, D. João Lavrador, que apresentou o tema “Caminhada Sinodal – A Missão do Leigo na Igreja a partir da Exortação Apostólica Christifideles Laici, de S. João Paulo II”.

6ª sessão MCCD. João Lavrador começou por referir ser necessário estar continuamente a estudar tendo como base o Concílio Vaticano II, para “uma participação ativa e consciente de todos os batizados na vida da Igreja” numa perspetiva de “Comunhão, Participação e Missão”. “Vós, os leigos, sois parte integrante da Igreja. É necessário estardes atentos aos sinais dos tempos. Temos de recuperar a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi de S. Paulo VI, que é a Carta Magna da Evangelização. Estamos na Igreja porque somos portadores da Boa Notícia de Jesus Cristo para o mundo”, afirmou.

Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco refere, na perspetiva de uma comunidade de discípulos do Evangelho, que a criatividade que brota do Evangelho é uma criatividade do amor.

Cursilhos de Cristandade: A característica dos Cursilhos de Cristandade é a Nova Evangelização, no regresso às origens das primeiras comunidades de cristãos, que enfrentavam dificuldades como as que estamos a viver hoje. É necessária uma intensa experiência espiritual, capaz de descobrir a beleza do amor do encontro com Cristo.

Recordou as palavras de S. João Paulo II aquando da Ultreia Mundial realizada em Roma no ano 2000, ao referir: a Igreja reconhece a solicitude do homem; só em Cristo o ser humano encontra verdadeira razão da sua existência.

Aos Cursilhos de Cristandade deve-se a revitalização de muitas estruturas eclesiais – o Movimento acompanha o ritmo do tempo, não pode estar parado no tempo, a Igreja é uma missão e o Movimento penetra na pessoa, é um movimento para o mundo, movimento para o jovem, movimento ao encontro de Jesus Cristo, movimento de amor.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade é chamado a acompanhar a renovação da Igreja pós-Concílio Vaticano II. Os cursilhistas estão integrados na vida da Igreja, ao serviço da missão da Igreja, realizando a missão da Igreja no ambiente que lhes é próprio. 

A missão dos leigos: Os leigos são chamados a fermentar de Evangelho os ambientes onde só eles estão, concorrendo para a santificação do mundo (nº 13 do Decreto sobre o Apostolado dos Leigos), a profissão dá-lhes uma oportunidade ótima para evangelizar e também a vida política oferece essa oportunidade. Vós tendes todo o direito em participar na vida politica e deveis fazê-lo (nós, consagrados, não). Quantos mais leigos houver comprometidos com Cristo nos Movimentos e no seu apostolado, mais oportunidade existe em cristianizar os ambientes. 

Apostolado associado: O apostolado deve ser associado; sozinho pode conseguir, mas ligado a uma comunidade, cumprirá certamente a sua missão no mundo em que se desenvolve o seu dia-a-dia. A evangelização pressupõe mudança interior, o campo da evangelização é sempre a partir de cada pessoa. S. João Paulo II interroga: Porquê a missão? Porque a Igreja não pode esconder, nem guardar para si esta realidade da necessidade da missão.

Os desafios da Igreja: A Igreja tem de enfrentar, hoje, os novos desafios que lhe são impostos. Os tempos em que vivemos exigem uma nova dinâmica dos cristãos. Bento XVI, referia a existência de uma certa fadiga da Igreja. No momento em que se fala no inverno da Igreja, os movimentos geram uma nova realidade. S. João Paulo II referia que uma Paróquia não pode existir sem os Movimentos.

Os sinais dos tempos: Temos de estar atentos aos sinais dos tempos, como nos aponta o Concílio Vaticano II. Sem a leitura das realidades dos sinais dos tempos, interpretada à luz do Evangelho, a missão evangelizadora não é verdadeiramente entusiasmante no amor a Jesus Cristo. Somos um povo peregrino. Caros cursilhistas: é hora de darmos graças a Deus.

Termino com as palavras de S. João Paulo II: É de importância capital esta nova evangelização; são precisos percursos pedagógicos e um estudo sobre a Doutrina Social da Igreja: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho”.